Segundo informação remetida pelo Conselho de Administração da ULS de Matosinhos, esta ULS irá eliminar os pedidos de consulta de dermatologia efetuados em 2020 e 2021 e que não tiveram até hoje resposta por incapacidade dos serviços. Ficam assim afastados do acesso ao SNS cerca de 2.000 utentes que esperam por consulta há mais de dois anos, que terão de recorrer novamente aos CSP para nova referenciação, tendo depois à sua frente novo período de espera, agora com a contagem a “zeros”, e de duração incerta.

A FNAM contesta veementemente esta situação, considerando ilegítimo que a “resolução” das listas de espera passe pela eliminação dos doentes do sistema. Para a FNAM a população, e o seu acesso a um serviço de saúde público de qualidade, é um fim e não um meio para mostrar resultados em saúde artificiais, sem qualquer benefício para os utentes e para as populações.

As causas da falta de médicos especialistas são indissociáveis da total ausência de investimento por parte do Governo no Serviço Nacional de Saúde e nos seus recursos humanos, nomeadamente médicos, resistindo epicamente a qualquer negociação séria que permita melhorar as condições de trabalho e rever as carreiras médicas e assim fixar profissionais no SNS.

A FNAM não desistirá de se bater pela defesa de um Serviço Nacional de Saúde robusto e de qualidade, capaz de fixar profissionais qualificados e de responder de forma transversal às necessidades da população.