O Sindicato Médicos do Norte (SMN) reuniu, no dia 16 de maio, para ouvir os médicos do Hospital de Braga. Foi discutida a desigualdade salarial e da distribuição de trabalho entre médicos, a ausência de progressão na carreira, entre outros problemas, como irregularidades no cumprimento do horário de amamentação e situações de divisão desigual do número de consultas por médicos na mesma categoria, num mesmo serviço.

As difíceis condições de trabalho em alguns serviços no Hospital de Braga têm culminado na saída de médicos, resultando na acumulação de trabalho para quem fica e no recurso à externalização de serviços, nomeadamente de meios complementares de diagnóstico.

O SMN anunciou que a problemática da desigualdade salarial dos médicos em contrato de funções públicas de 35 horas foi já colocada ao Sr. Ministro da Saúde. Além disso, defendemos o horário-base de 35 horas para todos os médicos na negociação em curso com o Ministério da Saúde. No entanto, é necessário ir mais longe. Propomos ainda a dedicação exclusiva (DE) opcional, quer nas 35 quer nas 40 horas, com majoração de 20% e 40%, respetivamente. O SMN esclareceu ainda que não aceitará a perda de direitos previamente adquiridos, como o aumento da idade para deixar de fazer serviço de urgência e/ou trabalho noturno.

A falha na avaliação dos médicos do Hospital de Braga resulta em consequências gravosas para a progressão na carreira médica. O SMN/FNAM defende a reformulação total do atual modelo do SIADAP bem como a redefinição dos escalões nas diferentes categorias.

O exercício do direito à greve dos médicos foi colocado em causa, num serviço de carácter não urgente, em que os médicos foram coagidos a validar exames que estavam previstos para os dias da greve médica. O SMN esclareceu que os mesmos devem ser remarcados para outra data, não podendo os médicos ser obrigados a realizar o trabalho que ficou pendente.

O SMN irá solicitar uma reunião ao CA do Hospital de Braga, comprometendo-se a intervir e a utilizar todos os meios à disposição para garantir a resolução das queixas apresentadas pelos médicos, sejam estas da responsabilidade da tutela ou da instituição.