O Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) denuncia as agressões recorrentes que têm vindo a acontecer no Serviço de Urgência (SU) do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE), e exige que o seu Conselho de Administração (CA) assuma a responsabilidade do sucedido, além de tomar medidas imediatas na sua prevenção e combate.

Em 20 de dezembro, uma doente admitida no SU desse centro hospitalar agrediu uma médica, em resposta ao longo tempo de espera para ser atendida. Duas semanas antes, outro profissional de saúde terá sido agredido por um utente.

Em declarações à comunicação social, a Chefe de Equipa do SU atribui a responsabilidade ao desfalque de médicos das equipas, admitindo que recorre a empresas de prestação de serviços, mas que têm sido insuficientes. O CA veio a público, solicitar que “haja uma punição exemplar” que sirva de efeito dissuasor de situações futuras. No entanto, deve ele próprio, prover nesse sentido.

A degradação das condições laborais dos médicos no CHVNGE, e a ausência de ações que as contrariem, nomeadamente no Serviço de Urgência, são evidentes. Lamentavelmente, o CA desresponsabiliza-se destas ocorrências, preferindo aguardar a decisão de diretivas centrais.

O SMN enviou uma missiva urgente ao CA do CHVNGE, requerendo que assuma toda e qualquer responsabilidade em situações de violência física e verbal, recorrentes, contra os seus médicos, assim como reivindica que sejam implementados procedimentos rápidos e eficazes, para a sua prevenção e combate.

A reorganização do Serviço de Urgência do CHVNGE é urgente, de forma a não depender da prestação de serviços e assegurar condições de trabalho dignas. Contudo, até que a mesma esteja concluída, deverá ser garantida a contratação de médicos em número suficiente para observar, em tempo útil, as várias tipologias de doentes admitidos nesse SU.

Por fim, o SMN solidariza-se com a médica agredida e prestará apoio a todos aqueles que sejam vítimas de qualquer tipo de violência.

A Direção do SMN

Porto, 21 de dezembro de 2021