Entre o Douro e Vouga (CHEDV), que têm levado à exaustão dos médicos e colocam em risco os cuidados prestados aos doentes, o Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) reuniu com o Conselho de Administração, no dia 10 de dezembro.

Na reunião, o SMN enumerou uma série de irregularidades. No CHEDV, os médicos especialistas são frequentemente retirados da sua atividade assistencial normal para assegurar as escalas do serviço de urgência, prejudicando os cuidados prestados aos doentes e colocando em risco a formação dos médicos internos. Além disso, alguns médicos são obrigados a cumprir horários de 24 horas consecutivas em urgência, e ultrapassam frequentemente o limite anual de horas extraordinárias.

Relativamente ao gozo de férias, há médicos que são obrigados fazerem-se substituir durante o período de férias, além de não conseguirem cumprir o período mínimo de férias de 10 dias úteis consecutivos previsto na lei.

A situação é mais preocupante no Serviço de Ginecologia de Obstetrícia, cujas práticas têm promovido a indiferenciação da atividade clínica, em desrespeito pelas competências específicas e individuais dos médicos. Além disso, a Direção desse serviço, encontra-se demissionária desde 1 de novembro, sem que tenha sido ainda aberto concurso público para esse cargo.

Além disso, a reorganização e concentração das urgências na região, nomeadamente de Ginecologia e Obstetrícia, não está a ser equacionada, apesar do CHEDV se encontrar a escassas dezenas de quilómetros de outros centros hospitalares, caso se mantenha a impossibilidade de assegurar as escalas dentro dos limites laborais que se impõem.

A exaustão e degradação das condições de trabalho nesse serviço, levaram ao abandono de 6 médicos especialistas de Ginecologia e Obstetrícia, altamente diferenciados, nos últimos dois anos, sem reposição do quadro.

Este conjunto de problemas têm levado os médicos a sentirem-se esgotados, desmotivados e desrespeitados.

O SMN vai consultar os médicos do CHEDV no prazo de um mês, para verificar a aplicação de soluções para os problemas descritos, de forma a melhorar as condições de trabalho dos médicos e, consequentemente, a prestação de cuidados de saúde à população.

Na hipótese de se manterem os atuais atropelos aos médicos, o SMN atuará junto das instâncias competentes em defesa dos seus associados.

A Direção do SMN

Porto, 22 de Dezembro de 2021