O SMN, um dos sindicatos da FNAM, denuncia a intenção do governo de Luís Montenegro de desclassificar os Serviços de Pediatria/Neonatologia e Cirurgia Pediátrica da ULS Gaia/Espinho na Rede de Referenciação Hospitalar em Pediatria, passando estes serviços de Nível IIb para IIa. Trata-se de um ataque frontal a um serviço altamente diferenciado, que serve 80.000 crianças e adolescentes dos concelhos de Gaia e Espinho e dos municípios da região de Entre o Douro e Vouga que dependem deste hospital.

O SMN/FNAM considera a decisão como injustificada, tecnicamente insustentável e socialmente inaceitável. Ignora a realidade assistencial, desvaloriza equipas experientes e abre caminho à destruição de um dos serviços pediátricos mais completos e diferenciados do país.

A ministra Ana Paula Martins e o governo de Luís Montenegro são politicamente responsáveis por esta ameaça ao acesso a cuidados pediátricos diferenciados na região. Ao permitir a desclassificação do serviço, a tutela está a colocar crianças, adolescentes e as suas famílias perante deslocações desnecessárias para hospitais centrais do Porto, nas ULS São João e Santo António, já sobrecarregados, e a comprometer a continuidade de cuidados essenciais.

O governo conhece a realidade: a Pediatria da ULS Gaia/Espinho cumpre — e excede — todos os critérios de Nível IIb. Tem Cirurgia Pediátrica, Neonatologia para prematuros, Urgência 24/7, internamento diferenciado, múltiplas subespecialidades avançadas e um volume assistencial que não para de crescer. Mesmo assim, querem desclassificá-la.

A decisão não é técnica. É política. E, se avançar, será devastadora para 80.000 crianças e adolescentes que dependem deste hospital. O SMN/FNAM exige explicações imediatas:

  1. Explicações públicas e urgentes da ministra da Saúde sobre os critérios utilizados;
  2. A suspensão imediata desta proposta;
  3. A manutenção da classificação de Nível IIb, em conformidade com a capacidade instalada e com as necessidades da população.

Não permitiremos a destruição de um serviço que funciona e que garante cuidados essenciais a 80.000 crianças e jovens, nem aceitaremos o ataque às equipas médicas cuja diferenciação e condições de trabalho são indispensáveis à qualidade assistencial.