A greve nacional para todos os médicos decretada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) fez-se sentir de forma significativa em todo o país, com uma adesão de cerca de 80%, e especial impacto nos blocos operatórios, onde apenas funcionaram os serviços de urgência.
A FNAM denuncia que a Ministra faltou à verdade aos deputados na Assembleia da República, ao afirmar que não avançaria com medidas de mobilidade forçada de médicos, e considera que Ana Paula Martins perdeu a confiança dos médicos e do país. Se Luís Montenegro mantiver esta Ministra em funções, será conivente com esta falta de verdade e com o desrespeito pelos profissionais de saúde.
A FNAM alerta também para os riscos do modelo de serviços regionais de urgência em obstetrícia, que não serve os médicos nem a população, obrigando grávidas e bebés a percorrer longas distâncias, com o perigo real de partos em ambulâncias. Esta greve é uma luta pela dignidade e pelo futuro do SNS, exigindo respeito e condições que garantam um SNS público, universal e de qualidade.
Os médicos foram empurrados para esta greve pela intransigência da Ministra Ana Paula Martins e do Governo de Luís Montenegro, que continuam a recusar negociar salários justos e condições de trabalho dignas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Mantemos as nossas propostas em cima da mesa, no quadro da revisão dos Acordos Coletivos de Trabalho. Não aceitaremos retrocessos laborais, como a introdução de bancos de horas, trabalho por turnos, o aumento do limite anual do trabalho suplementar ou a alteração da idade para cessar o serviço noturno e de urgência. Estamos prontos para melhorar as condições de trabalho de todos os médicos e garantir a segurança clínica dos profissionais e dos utentes.
