Na reunião de hoje no Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, confirmou-se a ausência de vontade em negociar com os médicos e a intenção em implementar medidas que colocam em risco a população. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou a greve nacional de médicos para 24 de outubro (pré-aviso de greve aqui), em todo o território continental e regiões autónomas.
A FNAM foi hoje convocada para uma alegada “negociação coletiva no âmbito da carreira médica”. No entanto, o que ocorreu não foi uma negociação, mas sim a apresentação de um ato consumado, com medidas prejudiciais para a população e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Foi apresentada a intenção em concentrar os serviços de urgência a nível regional, o que, na prática, significa deixar grávidas e recém-nascidos sem cuidados de proximidade. Na Margem Sul, por exemplo, as grávidas continuarão a ter de percorrer dezenas de quilómetros para aceder a cuidados de urgência ou maternidades.
A FNAM recorda que uma urgência regional não é uma urgência metropolitana. Enquanto na Área Metropolitana do Porto os hospitais se encontram a poucos quilómetros de distância, o mesmo não acontece na maioria das regiões do país. Esta reorganização não é uma solução para os médicos — e muito menos para a população, que fica ainda mais desprotegida.
Continua-se a desconhecer os documentos das propostas apresentadas quanto aos prestadores de serviço e “centros de elevado desempenho” para área da obstetrícia.
Ana Paula Martins continua sem negociar salários justos e condições de trabalho dignas que permitam fixar médicos no SNS.
A FNAM mantém-se firme na defesa dos médicos. Como tal, as Entidades Públicas Empresariais da Saúde (EPE) serão obrigadas a sentarem-se novamente com a FNAM, sob mediação da DGERT, no dia 20 de outubro, para retomar a revisão dos acordos coletivos de trabalho da FNAM.
Perante esta atitude de bloqueio e desrespeito pelos médicos e utentes, a FNAM decretou a greve nacional de médicosgreve nacional de médicos para 24 de outubro24 de outubro, como forma de protesto e defesa do SNS. Exigimos uma negociação séria e sem jogos de bastidores, que coloquem a saúde das pessoas acima de quaisquer cálculos políticos ou financeiros.