A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) regista uma adesão geral de cerca de 80% à greve geral de 11 de dezembro, demonstrando de forma inequívoca a profundíssima deterioração das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o grau de rejeição dos médicos ao pacote legislação laboral que o governo Montenegro insiste em propor.

De norte a sul do país, verificaram-se encerramentos integrais de blocos operatóriosadiamentos de cirurgias programadas e a suspensão de consultas nos cuidados de saúde primários e hospitalares — consequências diretas das políticas desastrosas do governo Montenegro, que têm deteriorado as condições de trabalho e comprometido a capacidade de resposta dos serviços. Cada consulta e cada cirurgia programada que não se realizou é da responsabilidade de Luís Montenegro e do seu governo. Como sempre, os serviços mínimos legislados para os médicos foram integralmente cumpridos.

Esta adesão expressiva evidencia aquilo que os médicos têm repetido há anos: não é possível manter um SNS funcional assente em precarização, horários desregulados, equipas desfalcadas, carreiras estagnadas e exigências incompatíveis com a segurança clínica. Bastou um único dia de greve para que o país voltasse a ver o que Montenegro prefere ignorar: um SNS sem profissionais não consegue responder às necessidades da população.

A FNAM reafirma a sua posição, agora com ainda maior firmeza: continuaremos a apresentar soluções concretas para fixar médicos no SNS, estabilizar equipas, garantir salários justos e condições de trabalho dignas, e assegurar cuidados seguros aos utentes.

A ação da FNAM prosseguirá com determinação e sem recuos: o governo já não tem margem para adiar decisões nem para fingir que os problemas não existem — terá de enfrentar de frente a realidade que os médicos tornaram impossível de disfarçar.