A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denuncia a indignidade dos dados revelados pelo economista Eugénio Rosa: os salários dos médicos no SNS estão perigosamente próximos do salário mínimo nacional e não conseguem recuperar a perda do poder de compra.
Enquanto o salário mínimo subiu 79,4%, os salários médicos aumentaram apenas 15% a 19%. Em 2012, um médico podia ganhar até 10,9 vezes o salário mínimo; em 2025, essa proporção pode cair para apenas 2,1 vezes.
Esta degradação não é acidental — é fruto da recusa do atual Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, em negociar medidas essenciais para atrair e reter médicos no SNS.
Prometeu diálogo, mas recusou reuniões. Prometeu soluções, mas bloqueou qualquer valorização salarial séria. O resultado está à vista: médicos a emigrar, urgências encerradas, milhares sem médico de família, e o SNS, um dos garantes da democracia, em risco.
A destruição do SNS não é acidental: é o resultado direto de uma política hostil e determinada. Esta é a herança de uma Ministra que virou as costas aos médicos e à saúde da população.
A FNAM exige ao próximo Ministério da Saúde
- Valorização urgente das carreiras médicas;
- Atualização salarial alinhada com a inflação e o salário mínimo;
- Melhoria das condições de trabalho;
- Retoma imediata das negociações.
Continuar neste caminho é condenar o país à falta de médicos e à falência da saúde pública.
Os dados são claros. É altura de escolher: ou se defende o SNS e os seus profissionais, ou se permite que desapareça.