O Hospital de Gaia está em risco de perder valências na Pediatria, com a proposta do Governo de desclassificar os serviços de Pediatria/Neonatologia e Cirurgia Pediátrica. O Sindicato dos Médicos do Norte acusa a ministra Ana Paula Martins de tentar destruir um serviço que funciona em pleno, que serve 80 mil crianças de adolescentes e pede a suspensão da proposta.
Estão em causa conclusões preliminares de uma comissão do Ministério da Saúde que propõe desclassificar e reorganizar a pediatria do hospital de Gaia, o que implica retirar valências do serviço e irá obrigar crianças e jovens a serem transferidos para hospitais centrais do Porto.
“Estará em risco de perder valências. De perder a sua cirurgia pediátrica, de perder algumas consultas de sub especialidade e as crianças e os jovens adolescentes poderão passar a ter os seus cuidados em hospitais no Porto, como no São João ou no Santo António, que são hospitais que por si só também já estão sobrecarregados. Isto não ter qualquer tipo de lógica. É uma decisão política e não uma decisão técnica”, diz Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.
É uma proposta que esteve em consulta pública e que tem gerado enorme contestação. A Câmara Municipal de Gaia aprovou por unanimidade uma moção da autoria do PS contra a desclassificação do serviço de pediatria.
Nas redes sociais, o presidente da autarquia, Luís Filipe Menezes, deixou um alerta à ministra da saúde “a quem dá o benefício da dúvida de nada ter a ver com lobbys poderosose a quem pede que não consinta que se avance com esta decisão inaceitável e vergonhosa, sem sentido técnico nem político”.
O Sindicato dos Médicos do Norte também é duro nas críticas e quer explicações de Ana Paula Martins.
Num comunicado interno do Hospital de Gaia dirigido aos funcionários, o presidente do conselho de administração, Luís Matos, diz “que o processo ainda decorre que qualquer assunção de que esta proposta é final é extemporânea”.
Garante, ainda, que já se pronunciou junto da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente para garantir que seja mantida a diferenciação do serviço da Pediatria/ Neonatologia que serve de forma direta e indireta cerca de 80 mil crianças e jovens dos concelhos de Gaia, Espinho e da região entre o Douro e Vouga.
In SIC Notícias
